Resumo em português: | O psicanalista, valorizando o construto hipotetico de um inconsciente determinativo, pode demonstrar a constituicao do sujeito - diferenciado do Eu fenomenico como funcao da intersubjetividade - no desamparo de uma falta primaria na origem do processo civilizatorio que nos remetet ao campo da cultura como campo de significacoes e valores; e se realiza nas tres estruturas de sublimacao isoladas por Freud, a arte, a ciencia e a religiao, que podem ser diferenciadas pelo modo em que tentam preencher o vazio do irrepresentavel associado a ausencia de sentido. Este desamparo originario, feito pela falta de um objeto primario e pela falha de um objeto primario e pela falha estrutural da incompletude do simbolico, nos situa em relacao a vulnerabilidade da condicao humana, e demonstra a constituicao do desejo inconsciente no seu percurso metonimico de objetos substitutivos, objetos simbolicos que fazem historia. E, na medida em que podemos aceitar a definicao lacaniana de sublimacao como 'elevando o objeto a dignidade da Coisa', chegamos a valorizacao da linguagem e a questao do estilo, que refere o sujeito a um traco singular indicando o desamparo que se associa, pela angustia sinal e na antecipacao de situacoes de perigo, nao so a singularidade do individual em oposicao inclusiva ao coletivo remetendo a ausencia do objeto primario, mas tambem a falha estrutural que revela a incompletude e estabelece, pela indiferenciacao de origem no campo primordial de julgamento, que a vivencia de desamparo e condicao para a criatividade na cultura que obtem efeitos de sublimacao e supera uma logica binaria ao reconhecer a logica ternaria do simbolico, a logica edipiana do 'ao menos tres', e estabelecer a relacao produtiva entre fato e ficcao, entre o sentido e a ausencia do sentido. |